domingo, 25 de novembro de 2012

Entidade australiana entra na campanha contra os agrotóxicos no Brasil

Da Pagina do MST

A Rede de Solidariedade aos Povos da America Latina na Austrália anunciou que vai realizar uma campanha no país para denunciar a utilização excessiva de agrotóxicos e contra as empresas multinacionais do agronegócio que atuam no Brasil, depois de denuncia apresentada em uma conferência pelo MST.


O MST participou da Conferência de Solidariedade aos Movimentos Sociais da America Latina, organizada pela rede Lasnet (sigla em inglês) em Melbourne, que reuniu 100 pessoas entre 9 e 11 de novembro.

Igor Felippe Santos, da coordenação nacional do MST, denunciou que as empresas multinacionais do agronegócio jogam mais de 1 bilhão de litros de agrotóxicos nas lavouras brasileiras por ano. "Essas empresas capitalistas impedem a realização da reforma agrária, destroem o meio ambiente e contaminam os alimentos, causando problemas de saúde para a população".

No último dia da conferência, os participantes assistiram o filme "O veneno esta na mesa", do diretor Silvio Tendler, sobre o problema do uso exagerado de agrotóxicos no Brasil.

Na resolução final da conferencia, a Lasnet condenou a manutenção do embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, cobrou a libertação dos cinco cubanos presos por Washington e lançou uma campanha contra a violência contra sindicalistas na Colômbia.

Abaixo, leia a resolução final da conferencia: 

Conferência de Solidariedade aos Movimentos Sociais de base da America Latina
Resoluções para continuar a avançar - novembro - 2012 

Durante a Conferência de Solidariedade aos Movimentos Sociais da America Latina, realizada em Melbourne, na Austrália, durante 9-11 de Novembro de 2012, foi discutido o significado do modelo de desenvolvimento econômico e social existente na região 
Concluiu-se que o capitalismo neoliberal não é o caminho a seguir e que modelos alternativos para o desenvolvimento, que deve ser gerado de acordo com as propostas das organizações dos pobres e indígenas de base. Estas organizações enfatizam que o desenvolvimento deve ser gerado de baixo para cima.

O exemplo sao os governos progressistas de hoje na região, juntamente com o exemplo corajoso de vários movimentos sociais, como o MST (Brasil Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), os povos indígenas no Peru, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e outros setores populares marginalizados que estão mostrando com sua luta uma alternativa ao modelo neoliberal injusto.

Após três dias de palestras, troca de idéias, debates e encontros, os participantes da Conferência de Solidariedade aos Movimentos Sociais de base da America Latina - com a contribuição de militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Brasil), SINALTRAINAL (Colômbia União Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar) , CONFECH (Chile Confederação Nacional de Estudantes), Grupo Contra Peru Projeto Conga, o embaixador de Cuba na Austrália e outras organizações da América Latina - ativistas e acadêmicos de antropologia, economia e estudos latino-americanos, lancou a seguinte resolucao politica:

1- Apoio a resolução das Nações Unidas de acabar com o embargo econômico e político contra Cuba, que está em vigor há mais de 50 anos. Este embargo (ou bloqueio) foi rejeitado nos últimos 20 anos pela maioria dos Estados (98% dos países), com exceção dos EUA e seus principais aliados.

Em 13 de novembro, a Assembléia Geral da ONU expressou sua esmagadora rejeição do bloqueio econômico dos EUA a Cuba por adotar a resolução da ilha exigindo a revogação da medida dos EUA, com 188 votos a favor. Os votos contra apenas veio dos Estados Unidos, Israel e Palau, enquanto as Ilhas Marshall e Micronésia se abstiveram.

A resolução cubana, apresentada pela vigesima primeira vez, condena o cerco dos EUA a Cuba, que causou danos a ilha calculados em U$1,66 trilhao de dólares, até dezembro de 2011.

A conferência também apoia a campanha pela libertação dos Cinco Cubanos. Os Estados Unidos insistem e, sem justificação, mantem os cubanos na prisão. Nós fazemos um apelo à comunidade internacional para expressar sua preocupação e exigências de sua liberdade para a administração de Obama.

2- Convocamos para a campanha em apoio aos sindicalistas SINALTRAINAL que estao recebendo ameaças de morte. Entre eles, Edwin Mejia, que está atualmente na Austrália em uma turnê, pedindo a todas as organizações, sindicatos, grupos comunitários, grupos políticos e todos os interessados em apoiar a campanha para proteger a vida dos sindicalistas colombianos.

Diferentes tipos de ações foram propostas, apoiando a campanha da Anistia Internacional (www.amnesty.org/Colombia), o envio de uma carta feita durante a conferência e encorajando as pessoas a enviar cartas para o governo colombiano e difundir informações. Além disso, para continuar o trabalho de apoio e solidariedade para os sindicatos na Colômbia, através SINALTRAINAL e chamando para a Delegação de Solidariedade Terceiro à Colômbia para setembro de 2013.

3- Convocar uma Conferência de Solidariedade com as lutas da América Latina para julho de 2013, na Australlia, centrada no tema "Empresas Multinacionais e seus ataques aos direitos".

4- Dar continuidade e consolidar a campanha contra a Coca-Cola na Austrália> "Se você ama a vida, não beber Coca-Cola".

5- Promover uma campanha contra o sagrotóxicos (de multinacionais como a Monsanto e Syngenta) no Brasil.

6- Apoiar as diferentes iniciativas do MST em defesa da reforma agraria, do trabalho justo, da justiça e da igualdade para o povo brasileiro.

7- Coordenar e estabelecer contatos com outros grupos em campanha contra das multinacionais, como a Monsanto, a BHP-Billiton, Rio Tinto, Newmont na Austrália.

8- Continuar o trabalho de solidariedade e ativismo com organizações de base na América Latina, para continuar a nossa campanha de conscientização sobre as operações de empresas multinacionais na região e denunciar a sua cumplicidade na violação de direitos de trabalhadores, saqueando os indígenas e os trabalhadores rurais, aumentando a miséria e marginalização de pessoas pobres.