sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sem alta de combustíveis, Petrobras pode cortar projetos

Não será possível investir os US$ 236,5 bilhões programados tendo que arcar com o preço artifical da gasolina, segundo a presidente Graça Foster




Bruno Veiga/Divulgação/EXAME
Refinaria da Petrobras: presidente da companhia tem pressionado governo, que não descarta aumento, mas sinaliza que tudo dependerá de conjuntura econômica

Rio - A Petrobras avisou seus controladores que começará a cortar projetos bilionários se não houver reajuste de combustíveis nos próximos meses, de acordo com o previsto em seu plano de negócios, segundo fontes da Agência Estado.

A presidente da companhia, Maria das Graças Foster, apresentou no dia 28 ao ministro da Fazenda e presidente do conselho de administração da Petrobras, Guido Mantega, uma lista extensa de projetos que podem precisar ser suprimidos por falta de caixa.

Do ministro, Graça ouviu na ocasião que o conselho de administração da Petrobras não é o fórum adequado para decidir sobre reajustes. Segundo as fontes, Mantega manteve a indicação de que haverá aumento, mas a data e o porcentual estão em aberto e dependem de uma complexa conjuntura inflacionária, em avaliação pelo governo. Não está confirmado ou descartado aumento ainda neste ano.

Segundo Graça, sem o reajuste de combustíveis previsto no plano de negócios da companhia para o período 2012-2016, não será possível arcar integralmente com os US$ 236,5 bilhões de investimentos programados. A Petrobras tem tido prejuízos bilionários por precisar importar combustível a preços altos no exterior e revendê-lo internamente a preços mais baixos. Conforme revelou a Agência Estado em junho, o plano de negócios previa naquele mês, no ato de sua aprovação, um reajuste de 15% para diesel e gasolina como premissa para financiar os investimentos.

Desde então, o governo, controlador da companhia de capital misto, autorizou dois aumentos, mas abaixo do requerido. A gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83% em 25 de junho. O diesel recebeu dois reajustes, um de 3,94% (25 de junho) e outro de 6% (16 de julho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.