quinta-feira, 22 de março de 2012

ADITIVOS GENEROSOS, MUITO GENEROSOS

Nesse escândalo das fraudes em licitação que a Rede Globo denunciou existem várias singularidades. Uma delas é a exposição de uma manobra manjada para quem sabe como anda a situação nas licitações feitas em muitos órgãos públicos.  Como ficou mostrado na reportagem, há um conluio entre empresas que se reúnem para definir quem vai ganhar qual licitação.

O que a Rede Globo explorou pouco, e isto não deve ser coincidência, é o uso dos aditivos. A coisa acontece da seguinte forma: EMPRESA "A" ganha licitação a um determinado preço, impraticável segundo as realidades do mercado, para depois ser agraciada com aditivos.  Os exemplos mostrados abaixo, especialmente o concedido pela FAETEC à LOCANTY beira o escândalo, e certamente poderá entrar no livro de recordes do Guiness na rubrica "maior aditivo já concedido por um governo a uma empresa particular" Afinal, deve ser a primeira vez que um contrato assinado por R$ 8.935.000,13 é aditivado em quase R$ 70 milhões.  Parece que o governo do Rio de Janeiro devou levar às últimas consequências o bordão lulista do "nunca antes na história desse país".


No entanto, muitos podem se perguntar por que este aspecto foi secundarizado na matéria, que preferiu se concentrar em expor as empresas. A resposta é óbvia: se expusessem este artifício, figurinhas carimbadas do governo do Rio de Janeiro ficariam com a cara na vidraça, pois não são os donos de empresa que viabilizam os aditivos, mas sim os cabeças das secretarias e órgãos públicos estaduais.