terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CABRAL, COLOCA A TUA BARBA DE MOLHO! O RIO PODE SER A BAHIA AMANHÃ


A notícia abaixo acaba de ser postada no site UOL e dá conta do adiamento da votação do projeto de lei que antecipa os reajustes salariais que foram aprovados pela ALERJ em junho de 2010 e se estenderiam até 2014. Pelo projeto de lei em tramitação, o plano "Casas Bahia" do (des) governador Sérgio Cabral seria encurtado em 24 meses, e os acréscimos seriam incluídos na folha de policiais e bombeiros até 2012.

Como, na prática, isto não se trata de aumento algum, é óbvio que há descontentamento generalizado nos servidores do setor da segurança pública. E o alvo preferido da ira é certamente o (des) governador Sérgio Cabral que prefere gastar bilhões com isenções fiscais para grandes empresas, em vez de valorizar os servidores públicos.

Apesar de não ter nenhuma ilusão de que as emendas sugeridas possuem qualquer chance de serem aprovadas na ALERJ dada a obediência da base governista para com o (des) governador Sérgio Cabral, o fato é que as emendas propostas empurram a decisão da ALERJ para bem próximo da data em que está se anunciando uma greve de policiais e bombeiros. 

Neste sentido, é bom que o (des) governador Sérgio Cabral não faça nenhuma viagem inesperada a Paris, e esteja de prontidão caso a greve estoure. Aliás, se tivessse juízo (coisa que até agora não demonstrou ter) Cabral estaria negociando uma melhoria da sua bisonha proposta com as associações de classe de policiais e bombeiros.

Depois não adianta espernear e espumar de raiva como fez antes com os bombeiros.  É que como Jacques Wagner já deve ter aprendido, xingar e espernear não adianta nada quando se trata de corporações armadas. O máximo que pode se conseguir é descrédito e riscos para a população.



Votação de reajuste salarial das polícias do Rio é adiada para esta quinta-feira


Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio 


Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) transferiram para a próxima quinta-feira (9) a votação sobre a proposta de antecipação de reajuste salarial encaminhada pelo governo do Estado em resposta à ameaça de greve das categorias da segurança pública.

O adiamento do pleito desta terça-feira (7) ocorreu em função do alto número de emendas sugeridas, que ainda serão apreciadas pelos líderes dos partidos antes da votação final. Caso as 78 emendas acolhidas resultem em uma alteração de mais de 50% do projeto de lei 1.184/12, um texto substitutivo deverá ser aprovado.

Uma das principais reivindicações da oposição diz respeito à concessão de auxílio-moradia --pelo projeto original, apenas PMs e bombeiros teriam direito.

As categorias da segurança pública do Rio ameaçam iniciar uma greve geral no dia 10 de fevereiro. O governo oferece aos policiais civis, bombeiros e agentes penitenciáros uma antecipação dos reajustes salariais definidos pelas leis 5.767 e 5.768, aprovadas em 2010, que estabeleceram um aumento gradativo de 0,915% por mês no período entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014 --seriam 48 parcelas, das quais 13 já foram pagas.

Se aprovada a antecipação, as 11 parcelas de 2012 serão aplicadas já neste mês, o que elevaria o piso salarial de um bombeiro, por exemplo, para R$ 2.100 (incluindo o auxílio-moradia de R$ 551,36), segundo o líder do governo na Alerj, o deputado André Corrêa (PST).

"Nós definimos uma política de reajuste a partir de um esforço enorme e justo para valorizar as categorias. Quando o governador Sérgio Cabral assumiu, bombeiros e PMs recebiam apenas R$ 900. Com a antecipação, já em fevereiro, o menor salário passará para R$ 2.100. Em outubro do ano que vem, sobe para R$ 2.500. (...) Não está no escopo do governo um aumento maior do que esse. Está totalmente fora de cogitação", disse.

O mesmo aconteceria em relação ao período posterior: as 11 parcelas de 2013 seriam antecipadas para fevereiro do mesmo ano, e as restantes de 2014 antecipadas para outubro de 2013. No fim do processo de reajuste, o percentual de aumento seria de aproximadamente 38% --número que gera revolta entre os profissionais da categoria.

Ainda de acordo com a proposta encaminhada pelo governo do Estado, os militares sem filhos que eram beneficiados com auxílio-moradia de 45% sobre o soldo passarão a receber os mesmos 107% pagos aos militares que têm dependentes.


Policiais não descartam greve

Para Wanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Praças e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-RJ), a greve não está descartada. Ele diz que o governo tem se recusado a discutir com o movimento, e o reajuste oferecido não atende às reivindicações.

“Queremos sentar para conversar, mas o governador se recusa. Não é possível dizer se vai haver greve ou não, a assembleia vai decidir isso, mas não se pode dizer que o governador não teve a chance de atuar para contornar a situação caso a greve de fato aconteça”, disse Ribeiro.

Já Francisco Chao, inspetor de polícia e diretor jurídico do Sindicato dos policiais civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindipol-RJ), diz que um dos maiores problemas é que o salário está composto por gratificações que perdem o efeito numa série de situações --como afastamento por licença média-- além da grande disparidade nos salários entre os membros da corporação que tem formação equivalente.

“Na Polícia Civil a questão da greve não é novidade. Fizemos duas greves em 2007. Polícia boa e barata não existe, é necessário dignidade salarial. Além disso, a disparidade é muito grande entre agentes e delegados de polícia em inicio de carreira e a polícia não se limita a delegados”, disse Chao.

O Sindipol-RJ pretende realizar assembleia na noite desta quarta (8) para decidir sobre um indicativo de greve. Já na quinta-feira (9), policiais militares, civis e bombeiros pretendem se reunir em assembleia conjunta na Cinelândia para deliberar sobre possível greve geral da segurança no Estado.