segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Importação global de alimentos baterá recorde em 2011

Segundo FAO, receita com a compra de produtos pode passar de US$ 1 trilhão. Crescimento está relacionado ao aumento dos preços  por Agência Estado
A conta das importações globais de alimentos deve bater o recorde de US$ 1,29 trilhão em 2011, US$ 250 milhões (24%) mais que em 2010. A estimativa consta no relatório "Food Outlook" da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado neste mês. De acordo com a agência da ONU, essa elevação deve-se mais ao aumento dos preços que ao volume comercializado.

A conta das importações deve pesar mais para os países menos desenvolvidos. Para eles, a fatura vai aumentar 32% neste ano. Em outra categoria, nos países onde há déficit de alimentos, o custo deve subir 27%. Nesses países mais vulneráveis, o gasto com as compras de alimentos deve equivaler a 17% do total das importações, ante 7% na média mundial. Para os desenvolvidos, a conta deve subir 22% em 2011.

A elevação do gasto do mundo com a importação de alimentos tem sido puxada pelos produtos à base de grãos e óleos vegetais. Juntas, essas duas categorias de commodities são responsáveis por 36% de toda a conta das importações, contribuindo também com mais de um terço do aumento do gasto ante 2010.

Outros produtos, contudo, também ficaram bem mais caros para os importadores. É o caso do açúcar e das bebidas(+23%), carne e lácteos (+19%). Com a inclusão dos pescados, o custo das importações de proteína animal deve alcançar US$ 365 milhões em 2011. A elevação dos preços mundiais dos alimentos foi puxada principalmente pela queda do dólar na maior parte do ano, diz a FAO. Em comparação com 2010, o crescimento do volume comercializado no mundo foi pequeno e em alguns casos, como o do açúcar, até recuou.

A fatura das importações poderia ter subido mais, não fosse a estabilidade das tarifas de frete durante os primeiros oito meses do ano. Nas últimas semanas, contudo, os valores subiram com força, o que deve pressionar o custo das importações até o final do ano.