sábado, 26 de novembro de 2011

China: aumentam protestos em fábricas que atendem grandes marcas


Sílvio Guedes Crespo




Aumentaram nos últimos dias os protestos contra as condições de trabalho em fábricas na China que fornecem produtos para grandes marcas internacionais, segundo relatos do site China Labor Watch (CLW).

Funcionários da Jingmo, que produz para Apple, IBM, LG e outras, afirmam que foram convocados para trabalhar das 18h à 0h, em alguns casos, ou às 2h, em outros. Essa carga horária seria adicionada à atual rotina, em que o expediente é das 7h às 11h30 e depois das 13h às 17h. A notícia foi indicada por Alcides Leite, colaborador do Radar Econômico.


Veja alguns casos de protestos, segundo relatos da CLW.

Fabrica para: Calvin Klein e Maidenform
Local: Shenzhen
Situação: 400 trabalhadores pararam dia 21
Motivo: Alta carga horária (chega a 300 horas por mês em épocas de pico), baixos salários (US$ 314 para essa caraga horária) metas inatingíveis e desrespeitos verbais frequentes por parte da gerência

Fabrica para: Apple, IBM, LG e outras
Local: Shenzhen
Situação: 1 mil entraram em greve dia 22
Motivo: Empresa decidiu que alguns funcionários trabalhariam até 0h ou 2h, sendo que o expediente começa às 7h

Fabrica para: New Balance, Adidas e Nike*
Local: Huangjiang
Situação: 7 mil fizeram passeata dia 18 e entraram em conflito com a polícia
Motivo: A companhia teria demitido empregados ilegalmente, teria o hábito de desrespeitar funcionários, com abuso verbal. A informação de que Nike e Adidas seriam clientes dessa companhia é do jornal “El País”

Fabrica para: Pepsico
Locais: Chongqing, Chengdu e Nanchang
Situação: Funcionários fizeram paralisação dia 14
Motivo: A Pepsico China teria transferido suas operações de engarrafamento à empresa Tingyi. Segundo a China Labor Watch, funcionários da empresa americana teriam seus contratos encerrados e precisariam renegociar as condições de trabalho com a nova engarrafadora.