sábado, 24 de setembro de 2011

RODOVIA FINANCIADA PELO BRASIL CAUSA CONFRONTOS ENTRE INDÍGENAS E O GOVERNO BOLIVIANO



O Brasil não contente em permitir, e até mesmo financiar, a destruição da floresta Amazônica que existe dentro de suas fronteiras, agora também  fornece recursos para empreendimentos que vão levar  ao desmatamento dentro do Parque Nacional e do Território Indígena Isiboro-Secure (Tipnis) das etnias mojeña, yucararé e chimán. O interessante é que isto nem seria noticiado se grupos indígenas afetados pela estrada não estivessem peitando o governo Evo Morales, inclusive usando o chanceler boliviano como escudo contra a repressão policial.

E a quem será que esta estrada beneficiará? Quem respondeu os latifundiários brasileiros que plantam soja acaba de ganhar um prêmio!




Chanceler boliviano é liberado após ser forçado a marchar com indígenas




YUCUMO, Bolívia, 24 Set 2011 (AFP) -O chanceler boliviano David Choquehuanca foi liberado por indígenas amazônicos, após ser obrigado, este sábado, a marchar por quatro horas com eles, após confrontos com a polícia que terminaram com um oficial ferido, constatou um jornalista da AFP.

"Fui obrigado a marchar, fui obrigado", disse Choquehuanca, visivelmente cansado após chegar a Yucumo, 320 km a nordeste de La Paz, onde colonos pró-governamentais mantêm uma interrupção de estradas há três semanas e ameaçam impedir pela força que os manifestantes indígenas opositores sigam seu caminho.

O chanceler boliviano, que tentava reiniciar negociações com os indígenas contrários à construção de uma rodovia através de uma reserva ecológica, foi utilizado como escudo para romper uma barreira policial.

Os incidentes ocorreram logo depois que o chefe da diplomacia boliviana tentou reiniciar um diálogo com os indígenas, que há mais de um mês caminham até La Paz para protestar contra uma via asfaltada promovida pelo presidente Evo Morales.

Os indígenas insistiram em prosseguir com a marcha e usaram o diplomata para forçar a passagem ante a barreira de policiais, rompendo o cordão de isolamento sobre uma ponte, enquanto que Choquehuanca era obrigado a encabeçar o movimento.

O chefe da diplomacia boliviana, da etnia aimara, foi obrigado a caminhar com os indígenas, confirmou o vice-ministro da Coordenação Governamental, Wilfredo Chávez.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.