terça-feira, 20 de setembro de 2011

CHINESES PROTESTAM CONTRA FÁBRICAS POLUIDORAS. ENQUANTO ISTO NO RIO DE JANEIRO...


A China é sempre apresentada como a terra onde a poluição corre livre, leve e solta. Bom, se isto foi um dia verdade, agora não mais. O jornal britânico Guardian publicou neste 19/09 uma matéria (http://www.guardian.co.uk/world/2011/sep/18/chinese-solar-panel-factory-protest) sobre uma mobilização de centenas de pessoas na localidade de Haining, na província de Zhejiang, sul da China, para protestar contra a poluição causada pelo funcionamento de uma fábrica de painéis solares, a Jinko Solar Holding.


A matéria informa ainda que protestos da população contra indústrias poluidoras estão se tornando bastante comum em toda a China, o que coloca sobre pressão o governo chinês no sentido de garantir o estabelecimento e o cumprimento de leis ambientais mais duras. Esta postura da população estaria se dando pelo fato de que com o aumento da renda e do grau de consciência sobre os efeitos da poluição, também estaria crescendo a relutância em aceitar o que se denominou de crescimento sujo. Tanto isto é verdade que o governo da cidade de Dalian, localizada na região nordeste da costa chinesa, recusou, no mês passado, a implantação de uma fábrica de paraxileno,  matéria prima do ácido tereftálico (PTA), após manifestações de milhares de pessoas que protestavam contra as possíveis consequências ambientais negativas do empreendimento.

Convenhamos que as lições vindas da China são alvissareiras, e demonstram quanto nossos governos (tomemos por exemplo o que anda aprontando o secretário de (ex) ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc e sua política de licenciamento ambiental "fast food") e nós mesmos estamos atrasados em relação à cobrança de que empresas só tenham seu funcionamento autorizado caso demonstrem efetivamente que não irão causar poluição. Vejam só o exemplo da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) do grupo alemão Thyssen-Krupp que continua poluindo sob as bençãos do governo Cabral. Ao que tudo indica, os alemães estão aqui porque sabem que na China o negócio está pegando para os poluidores.