quinta-feira, 21 de julho de 2011

SÉRGIO CABRAL E EIKE BATISTA: QUANDO A ADMINISTRAÇÃO DA COISA PÚBLICA VIRA UMA AÇÃO ENTRE AMIGOS




Quando determinadas relações entre Sérgio Cabral e grandes empresários vieram à tona por causa da queda do helicóptero no sul da Bahia, e ficou evidente que o governador do Rio de Janeiro estava no sul da Bahia para participar uma festa particular de um empresário com grande participação nas obras tocadas por seu governo, e aqui falo de Fernando Cavendish da Construtora Delta, a população fluminense também ficou sabendo que ele havia chegado lá a bordo de um jatinho de Eike Batista. Como que sentindo a necessidade de proteger um amigo em perigo, Eike Batista veio a público para dizer que emprestava o jatinho dele para quem bem entendesse, pois não dependia de dinheiro público para tocar seus negócios.

Pois bem, a notícia abaixo dá conta que Sérgio Cabral acaba de ceder nada menos que o Maracanãzinho para o time de volei masculino que Eike acaba de criar possa treinar e sediar os seus jogos. Assim vai por terra de uma vez por toda a conversa de Eike de que sua amizade com Sérgio Cabral não tem nada a ver com o uso da coisa pública. O que a notícia publicada pelo site UOL deixa escancarado é que sob a gestão de Sérgio Cabral, a administração da coisa pública virou, definitivamente, uma ação entre amigos.



Governo do Rio cede Maracanãzinho para time de vôlei de Eike


CIRILO JUNIOR
DO RIO



O empresário Eike Batista e o governador Sergio Cabral estenderam sua parceria aos esportes. O RJX, time de vôlei recém-criado e que terá investimento de R$ 13 milhões do homem mais rico do Brasil, usará as instalações do Maracanãzinho para treinos e jogos. O ginásio será cedido ao time pelo governo do Estado.

O Rio não tinha um time de vôlei na liga masculina há 14 anos. Na liga feminina, o Unilever, treinado por Bernardinho, utiliza o Maracanãzinho apenas nos jogos.
Sergio Moraes-12.abr.11/Reuters
O empresário Eike Batista, dono do recém-criado time RJX, durante evento no Rio
O empresário Eike Batista, dono do recém-criado time RJX, durante evento no Rio

Eike foi o principal patrocinador da candidatura do Rio para a Olimpíada-16. O empresário doou R$ 10 milhões para o projeto, que foi escolhido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Eike também patrocina os projetos das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras), principal vitrine do governo Cabral.

Ao todo, Eike doou R$ 139 milhões para projetos do governo estadual nos últimos três anos, conforme a Folha revelou no mês passado. Desde 2007, o empresário recebeu isenções fiscais de R$ 75 milhões.

"A participação do governo do Estado no projeto consiste na cessão da infraestrutura do Maracanãzinho, que é a grande casa de competições do vôlei brasileiro. É inconcebível que o Rio tenha ficado tantos anos sem um representante na liga masculina", disse a secretária de Esportes e Lazer, Márcia Lins.

O projeto do RJX prevê a implantação de escolinhas de vôlei em cinco comunidades onde foram instaladas UPPs. A letra 'X' batiza todas as empresas de Eike -o bilionário acredita que a letra, símbolo da multiplicação, faz os negócios prosperarem.


O time estreia na próxima quinta-feira, em amistoso contra o Cimed/Sky. O jogo terá portões abertos.

O RJX terá como supervisor técnico o ex-técnico da seleção brasileira, Radamés Lattari. O time será treinado por Marcos Pinheiro Miranda, o Marcão, medalhista de ouro nos Jogos de Barcelona-92.

Foram repatriados cinco jogadores, entre eles o ponteiro Dante, da seleção, que estava na Rússia. Além dele, estão no RJX o oposto Théo, o líbero Allan e o levantador Marlon.


O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça Filho, chegou a brincar com o fato de Eike estar investindo no vôlei.


"É sinal de que o vôlei vai bombar. Se o Eike botou a mão nisso, é porque vai dar dinheiro", afirmou, pedindo que outras empresas invistam no esporte.

TIME
O RJX só conseguirá reunir todo o elenco de 16 atletas por um período mais longo às vésperas da Superliga, que começa em dezembro. Com dez jogadores nas seleções principal, militar, de novos e juvenil, o calendário de competições no segundo semestre vai impedir que todos os atletas treinem juntos antes do principal campeonato nacional.